quarta-feira, 8 de abril de 2015

"De repente"


De repente (Eduarda Tuxá)

E de repente eu sou só uma criança com medo do futuro
Referência.

Medo da velhice e dos pés de galinha que se formarão ao redor dos meus olhos cansados de ver
De repente nada faz sentido 
As peças se embaralham, as águas ficam turbulentas.


De repente eu sou adulta demais para escolher caminhos
E no calcular das probabilidades tudo é incerto
Passado, futuro, destino.


De repente eu sou órfã de pai e mãe
Em uma casa sem porta ou janela
Sem tempo ou vento
Sem fome de afetos


De repente eu choro tanto
Escandalizada de medo
E essas dúvidas frequentes me puxam pra baixo
Pintando meu rosto com cores berrantes
de um palhaço sem riso

De repente eu sou apatia
Sem dúvidas
Choro
Medo
Ou fome

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