Lazer do Blog

  • DOCUMENTÁRIO
       Assista ao documentário sobre os índios da Bahia. A segunda parte desse documentário (exposta abaixo) tem maior enfoque na comunidade Tuxá de Rodelas. Para se assistir a segunda parte, é interessante conferir, antes, a primeira parte do documentário que apresenta noções básicas sobre os indígenas da Bahia e outras comunidades, além da Tuxá.



Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=dvUTsWVDcBw>. Acesso em: 03 nov. 2014.

  • HISTÓRIA DE ÍNDIO


É índio ou não é índio? (Daniel Munduruku)




Imagem aleatória ao texto. Referência.

Certa feita tomei o metrô rumo à praça da Sé. Eram meus primeiros dias em São Paulo, e eu gostava de andar de metrô e ônibus. Tinha um gosto especial em mostrar-me para sentir a reação das pessoas quando me viam passar. Queria poder ter a certeza de que as pessoas me identificavam como índio a fim de dar minha auto-imagem.

Nessa ocasião a que me refiro, ouvi o seguinte diálogo entre duas senhoras que me olharam de cima abaixo quando entrei no metrô:

- Você viu aquele moço? Parece que é índio – disse a senhora A.

- É, parece. Mas eu não tenho tanta certeza assim. Não viu que ele usa calça jeans? Não é possível que ele seja índio usando roupa de branco. Acho que ele não é índio de verdade – disse a senhora B.
- É, pode ser. Mas você viu o cabelo dele? É lisinho, lisinho. Só índio tem cabelo assim, desse jeito. Acho que ele é índio sim – defendeu-me a senhora A.
- Sei não. Você viu que ele usa relógio? Índio vê a hora olhando pro tempo. O relógio do índio é o sol, a lua, as estrelas... Não é possível que ele seja índio – argumentou a senhora B.
- Mas ele tem o olho puxado – disse a senhora A.
- E também usa sapatos e camisa – ironizou a senhora B.
- Mas tem as maçãs do rosto muito salientes. Só os índios têm o rosto desse jeito. Não, ele não nega. Só pode ser índio e, parece, dos puros.
- Não acredito. Não existem mais índios puros – afirmou cheia de sabedoria a senhora B. – afinal, como um índio poderia estar andando de metrô? Índio de verdade mora na floresta, carrega arco e flechas, caça e pesca e planta mandioca. Acho que não é índio coisa nenhuma.
- Você viu o colar que ele está usando? Parece que é de dentes. Será que é dentes de gente?
- Você não disse que não achava que ele era índio? E agora parece que você está com medo?
- Por via das dúvidas...
- O que você acha de falarmos com ele?
- E se ele não gostar?
- Paciência... Ao menos nós teremos informações mais precisas, você não acha?
- É, acho, mas confesso que não tenho muita coragem de iniciar um diálogo com ele. Você pergunta? – disse a senhora B, que a esta altura já se mostrava um tanto constrangida.
- Eu pergunto.
Eu estava ouvindo a conversa de costas para as duas e de vez em quando ria com vontade. De repente senti um leve toque de dedos em meu ombro. Virei-me. Infelizmente elas demoraram a chamar-me. Meu ponto de desembarque estava chegando:
Olhei para elas sorri e disse:
- Sim!

Esse texto faz parte do livro Histórias de índio, de Daniel Munduruku, Companhia das Letrinhas. Disponível em: <http://cespculturaindigena.blogspot.com.br/2013/04/e-indio-ou-nao-e-indio-daniel-munduruku.html>.



  • MAPAS DAS POPULAÇÕES INDÍGENAS (IBGE):

        - Vale afirmar que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) faz esse levantamento de dados com base na auto-declaração.

NO BRASIL

Referência


NA BAHIA


Referência.

Nenhum comentário:

Postar um comentário