quarta-feira, 1 de outubro de 2014

SEMANAL: Uma Introdução


“Por que o Brasil ainda não deu certo?
Meu sentimento era de que nos faltava uma teoria geral, cuja luz nos tornasse explicáveis em seus próprios termos, fundada em nossa experiência histórica.”. (RIBEIRO, 1995, p. 13).

Referência
Há muito tempo inúmeros teóricos buscam interpretar a identidade do Brasil para compreendê-lo melhor, mas esses estudos só provam que ainda há forte presença do “complexo de vira-latas” (RODRIGUES, 1993) no país. Esse fator (ou símbolo) é um dos causadores dos problemas: abaixo auto estima e alteridade dos brasileiros.
A arte, política, cultura e educação do país ainda têm fundamentações baseadas em modelos internacionais, os quais fizeram parte diretamente da formação híbrida da nação. A literatura, por exemplo, só começou a falar da tríade racial da mestiçagem brasileira de maneira sólida, no modernismo. Esse período foi marcado também pela publicação de Macunaíma por Mário de Andradecriação da Antropofagia de Oswald de Andrade, dentre outras obras e pensamentos que ainda apresentaram certas deficiências.
Foi somente na contemporaneidade que a inserção do negro e índio na literatura engatinhou um pouco mais rápido. Essas duas raças subestimadas, estereotipadas, dizimadas, subalternadas e marginalizadas, começaram a ganhar e fazer sua própria voz no cenário da arte e política brasileira. Com tudo isso, ainda somos uns desterrados em nossa própria terra, como afirma Sérgio Buarque de Holanda (1995).
Assim, o Brasil ainda não deu certo porque começou errado, e esse começo ainda não foi completamente contrariado. Para mudar o presente é preciso estudar e entender o passado de maneira conscientizadora.



REFERÊNCIAS:

RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: A formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 11-17. 

HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. 26 ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

RODRIGUES, Nelson. À sombra das chuteiras imortais. São Paulo: Cia. das Letras, 1993. p. 51-52.

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