“Surgimos
da confluência, do entrechoque e do caldeamento do invasor português com índios
silvícolas e campineiros com negros africanos, uns e outros aliciados como
escravos.”. (RIBEIRO, 1995, p. 19).
"O Descobrimento do Brasil" - Portinari |
A mestiçagem do Brasil é resultado do
contexto de formação histórica do país. Os índios já habitavam nesta nação e,
posteriormente (1500), chegaram os portugueses que saíram da Europa querendo chegar às
Índias e pararam na tal "grande ilha" (ver charge abaixo).
Nesse período, acontecia no mundo o
marco histórico da expansão marítima, sendo Portugal e Espanha os dois países europeus
que mais se expandiam em busca de riquezas como metal e ouro, além de
especiarias.
Com a chegada dos portugueses e conhecimento do território, eles
verificaram a grande quantidade de riquezas naturais do país e passaram a explorá-lo, fazendo os índios de escravos. Mas, os índios trabalhavam para a
sua própria subsistência e não produziam excessivamente como queriam os colonizadores. Assim, os lusitanos trouxeram africanos para
trabalharem com mão-de-obra escrava no país.
Assim, nesse longo processo de contatos
entre distintas raças, etnias, culturas e identidades, foi-se formando os
brasileiros. Nesse caso, formou-se a “segunda Europa”, como afirma Ruggero
Jacobbi (apud CANDIDO 2010,
p. 13).
No Brasil formou-se a “segunda Europa”
devido os modelos europeus que foram implantados e transportados no país. Esses
modelos foram seguidos na literatura, religião, administração e língua.
Na literatura, por exemplo, começou-se a se construir projeto que se afastasse
de Portugal, no Romantismo.
No Romantismo, após a Proclamação da
Independência, o Brasil começou a criar sua própria autonomia. Mesmo assim,
somente no Modernismo que foi-se criado um projeto estético-ideológico de arte relacionada
à realidade do país, com base na formação histórica do mesmo.
E, a língua portuguesa, por exemplo, tornou-se obrigatória no país após o decreto pombalino e, a sua difusão é marcada pelas variações e mudanças ocorridas de maneria distinta em cada território, o que promoveu o afastamento entre a língua portuguesa lusitana e a língua portuguesa brasileira.
Referência. |
REFERÊNCIAS:
CANDIDO, Antonio. Iniciação à literatura brasileira. 6ª ed. Rio Janeiro: Ouro sobre
Azul, 2010.
RIBEIRO, Darcy. O
povo brasileiro: A formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das
Letras, 1995. p. 19-26.
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